A inelegibilidade de um político ocorre quando ele é legalmente impedido de concorrer a um cargo público, geralmente devido a antecedentes que violam a ética ou a legislação eleitoral. Mesmo assim, muitos desses políticos tentam enganar os eleitores, buscando manter ou conquistar o poder a qualquer custo. Mas o que leva um político inelegível a adotar esse comportamento?
Primeiramente, o desejo de manter o status e os privilégios do cargo pode ser um fator determinante. Muitos políticos enxergam a posição pública como uma fonte de poder e influência, e, ao serem impedidos legalmente de concorrer, veem seus interesses pessoais e financeiros ameaçados. Para eles, enganar os eleitores, omitindo informações sobre sua inelegibilidade ou construindo uma narrativa falsa de perseguição política, é uma maneira de tentar manter sua posição.
Outro motivo está relacionado à impunidade. Alguns políticos acreditam que, ao enganar os eleitores e se reeleger, poderão evitar consequências legais futuras. Em muitos casos, eles confiam no desgaste do sistema jurídico e eleitoral, achando que, uma vez no poder, terão meios de contornar ou adiar as sanções.
Além disso, há uma manipulação emocional e estratégica que esses políticos utilizam. Eles constroem uma imagem de “salvadores” da comunidade, explorando o carisma ou o histórico de assistencialismo para conquistar a confiança dos eleitores. Mesmo sendo inelegíveis, eles se apresentam como a única solução para os problemas locais, fazendo promessas vazias ou exageradas para desviar a atenção de suas falhas éticas e legais.
Por fim, a falta de consciência política de parte da população contribui para esse cenário. Eleitores desinformados ou que não acompanham de perto os processos políticos e judiciais podem ser facilmente manipulados por discursos populistas, o que incentiva o político inelegível a continuar enganando e se mantendo no cenário eleitoral.
Enganar os eleitores, portanto, é uma estratégia que mistura ambição pessoal, exploração de falhas no sistema eleitoral e jurídico, e a manipulação emocional de uma população que, muitas vezes, não tem acesso a informações claras sobre os processos de inelegibilidade. O resultado desse comportamento é a perpetuação de uma política corrupta e ineficaz, com prejuízos profundos para a sociedade.
Silvano Silva